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Teoria Demográfica Reformista


Na mesma Conferência de São Francisco , representantes dos países estão chamados subdesenvolvidos  elaboraram a teoria reformista , que chega a uma conclusão inversa à das duas teorias demográficas mencionadas. Uma população jovem numerosa, em virtude de elevadas taxas de natalidade, não é causa, mas consequência do subdesenvolvimento. Em países desenvolvidos, com elevado padrão de vida da população, o controle da natalidade ocorreu de maneira simultânea à melhoria da qualidade de vida. Além disso, os cuidados com o controle de natalidade foram passados espontaneamente de uma geração à outra à medida que foram se alterando os modos de vida e os projetos pessoais dos membros das famílias , as quais, em geral passaram a ter menos filhos  ao longo do século XX. Um população jovem numerosa só se tornou empecilho ao desenvolvimento das atividades econômicas nos países subdesenvolvidos porque não foram realizados investimentos sociais, principalmente em educação e saúde. Mais pessoas com acesso à educação e com renda significa um maior marcado consumidor, o que estimula o desenvolvimento econômico. A falta de investimentos na educação gerou um imenso contingente de mão de obra sem qualificação, que continuamente ingressa no mercado de trabalho, além de muitos que não conseguem uma vaga e sobrevivem do subemprego.  Tal realidade tende a rebaixar o nível médio de produtividade por trabalhador, assim como os salários dos que estão empregados, e a empobrecer enormes parcelas da população desses países. É necessário o enfrentamento , em primeiro lugar, das questões sociais e econômicas para que a dinâmica demográfica entre em equilíbrio.  Para os defensores da corrente reformista, a tendência de controle espontâneo da natalidade é facilmente verificável ao se comparar a taxa de natalidade entre as famílias pobres e as de maior poder aquisitivo.  À medida que as famílias melhoram suas condições de vida- educação , assistência médica, acesso à informação etc. - permitindo uma diversificação dos projetos pessoais de seus membros , elas tendem a ter menos filhos. Quando o cotidiano familiar transcorre em condições de extrema pobreza e as pessoas não têm consciência das determinações econômicas e sociais às quais estão submetidas , vivendo de subempregos, em sub-moradias e subalimentadas, como esperar que elas tenham acesso à informação e assistência de saúde para poderem planejar o número de filhos que desejam? Enfim, a teoria reformista é a mais realista dentre as três, por analisar os problemas econômicos, sociais e demográficos de forma sensata , partindo de situações concretas do dia a dia das pessoas.