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A Produção Social do Conhecimento

 Todo conhecimento se desenvolve socialmente. Se quisermos conhecer e compreender como pensavam as pessoas de determinada época, precisamos saber em que meio social elas viveram, pois o pensamento de um período da história é criado pelos indivíduos em grupos ou classes, reagindo e respondendo a situações históricas  de seu tempo. Se quisermos saber por que os indivíduos, grupos e classes pensam de determinada forma, por que explicam a sociedade deste ou daquele ponto de vista, precisaremos entender como os membros dessas sociedades se organizaram e se organizam para suprir suas necessidades , relacionar-se e discutir as questões que envolvem as relações sociais, as normas, os valores, os costumes, as tradições e a religiosidade . Ou seja, deveremos entender como são criadas as instituições sociais, políticas e econômicas que permitem certa estabilidade social. Na maioria das sociedades, há indivíduos e grupos que defendem a manutenção da situação existente, o statu quo, porque este atende a seus interesses. Assim procuram apoiar e desenvolver formas de explicações  da realidade que justifiquem a necessidade de conservar  a sociedade tal como está. Há pessoas, entretanto, que querem mudar a situação existente, pois não pensam que a sociedade à qual pertencem é boa para elas e para outros. Tais pessoas procuram explicar a realidade social destacando os problemas dela e as possibilidades de mudança para um forma de organização que assegure mais igualdade entre os indivíduos. Aqueles que querem manter a situação existente normalmente são os que detêm o poder na sociedade; aqueles que lutam para mudá-la são os que estão em situação subalterna.
Além do conflito no campo político e econômico, há um conflito de ideias entre os diferentes grupos sociais. Mas as ideias e formas de conhecimento nunca são radicalmente opostas; elas coincidem em alguns pontos e em outros não,  é isso que mantém aberta a possibilidade de diálogo. A sociologia é uma dessas formas de conhecimento, resultado das condições sociais, econômicas e políticas do tempo em que se desenvolveu. Ela nasceu em resposta à necessidade de explicar e entender as transformações que começaram a ocorrer no mundo ocidental entre o final do século XVIII e o início do século XIX, decorrentes da emergência e do desenvolvimento da sociedade capitalista. Naquela época , a produção de alimentos e de objetos artesanais , que se concentrava no campo, passou a se deslocar para as cidades, onde começavam  a se desenvolver as indústrias. Essa mudança desencadeou importantes transformações no modo de vida  dos diferentes grupos sociais, afetando as relações familiares e de trabalho.

 Aos poucos, as normas e valores se estruturariam em novas bases, menos religiosas, estimulando o desenvolvimento de novas ideias. Grandes transformações políticas também ocorreram , no contexto do que se chama Revolução Industrial , impulsionadas por movimentos como os da Independência dos Estados Unidos e da Revolução Francesa. Procurando entender essa transformações e mostrar caminhos para resoluções dos problemas por elas gerados, muitos pensadores escreveram e divulgaram suas teorias sobre a sociedade anterior e sobre a constituição da nova sociedade, que estava vivendo tantas incertezas. Criaram-se assim as bases sobre as quais a Sociologia viria a se desenvolver como uma ciência específica. Entre o final do século XIX e no início do século XX, os estudiosos que mais iriam influenciar o posterior desenvolvimento da Sociologia concentravam-se fundamentalmente em três países: França, Alemanha e Estados Unidos. Na França, vários autores desenvolveram trabalhos sociológicos importantes; entre eles,  Frédéric Le Play (1806-1882), René Worms (1869-1926) e Gabriel Tarde (1843-1904).
O mais expressivo  deles, porém, foi Émile Durkheim (1858-1917), que procurou sistematicamente definir o caráter científico da Sociologia , inaugurando uma corrente que por muito tempo seria hegemônica entre os sociólogos franceses. Na Alemanha, destacaram-se os estudos sociólogos franceses. 91858-1918), Ferdinand Tönnies (1855-1936), Werner Sombart (1863-1941), Alfred Weber (1868-1958) e Max Weber (1864-1920), este último o mais conhecido deles, pela extensão e influência de sua obra. Nos Estados Unidos da América , a Sociologia desenvolveu-se desde o final do século XIX e início do XX nas universidades de Chicago, de Colúmbia e de Harvard, principalmente. Muitos foram os sociólogos que se destacaram; entre eles, Robert E. Park (1864-1944) e George H. Mead (1863-1932). No decorrer do século XX, a Sociologia tornou-se uma disciplina mundialmente reconhecida. Os sociólogos estão presentes não só nas universidades, mas também nos meios de comunicação, discutindo questões específicas ou gerais que envolvem a vida em sociedade. Os mais destacados, independentemente do país de origem, ministram cursos e conferências em centros universitários , mas também nos meios de comunicação , discutindo questões específicas ou gerais que envolvem a vida sociedade.

Os mais destacados, independentemente do país de origem, ministram cursos e conferências em centros universitários de todos os continentes e têm seus  livros traduzidos em muitos idiomas. No Brasil, a Sociologia tem alcançado uma visibilidade muito grande, seja por causa da presença em todo o território nacional de institutos de pesquisa social ou cursos de graduação e de pós-graduação , seja pela atuação de sociólogos  e muitos órgãos públicos e privados ou nos meios de comunicação de massa. Assim, a Sociologia  os  sociólogos estão presentes no cotidiano do país.