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"Entre Outras Mil És Tu Brasil"


No plano internacional, até 1828 o governo imperial procurou apenas o reconhecimento de sua emancipação política. Em troca disso, a Coroa brasileira assinou tratados e fez concessões que agravaram ainda mais a pesada herança colonial . Se a organização econômica impunha uma inserção subordinada do Brasil na economia mundial, de país fornecedor de matérias-primas e gêneros alimentícios , as concessões determinadas pela diplomacia aprofundaram os mecanismos de dependência, sobretudo em relação à Inglaterra , que confirmou vantagens alfandegárias e pôde escoar sua produção industrial para o interior das fronteiras do Estado Brasileiro. Mas a questão mais embaraçosa para o governo brasileiro referia-se à escravatura. Em troca do reconhecimento da emancipação política brasileira, a Inglaterra obteve o compromisso do fim do tráfico , que acabou sendo objeto de uma lei de 1831 , ano da abdicação de D. Pedro I. Com as turbulências decorrentes do período regencial e numa fase de estruturação do Estado nacional, o tráfico de escravos continuou a abarrotar os portos brasileiro com a mão-de-obra africana. Não seria possível , ainda , a esse Estado afrontar sua base social e encerrar o tráfico e a escravidão. As relações com os britânicos tornaram-se mais difíceis a partir de 1845 , quando, pela lei conhecida como Bill Aberdeen , o governo inglês se investiu na autoridade de fiscalizar e apreender embarcações que transportassem escravos em qualquer parte do mundo. A hegemonia britânica era então devastadora e o Estado brasileiro acabaria por ceder. Em 1850, após uma série de apreensões , prisões e tomadas de portos brasileiros , os tráfico negreiro foi extinto. A questão da escravatura , porém , ainda não estava resolvida.