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Talassociclo


Cobrindo cerca de 71% globo terrestre, os oceanos e os mares formam  o maior biociclo.  Na água as condições climáticas estão menos sujeitas a mudanças . Por exemplo, a variação de temperatura é bem menor que no meio terrestre por causa da circulação da água , que também contribui para a distribuição  uniforme dos continentes químicos desse biociclo. O resultado é que há  um número menor de habitats e de nichos ecológicos , o que torna sua diversidade de espécies inferior à do epinociclo.  Os oceanos podem ser divididos de acordo com a profundidade em :

1- Zona litorânea ou intertidal , entremarés ou sistema litorâneo - corresponde à região entre a maré alta e a baixa; 2- Zona nerítica ou sistema nerítico - corresponde à região do mar com até cerca de 200 m de profundidade sobre a plataforma continental (parte submersa dos continentes); esta tem um declive suave e se estende , em média , até uma distância de 70 km do litoral;

3- Zona batial ou sistema batial - situa-se , em média , entre 200 m e 2 km de profundidade;

4- Zona abissal ou sistema abissal - encontra-se a mais de 2 km de profundidade. A variação da luz em função da profundidade influencia a distribuição dos seres vivos do biociclo marinho. 

5-Eufótica ou Fótica - Região bem iluminada, que vai até cerca de 200 m de profundidade; é rica em seres autotróficos e, consequentemente , em consumidores;

-Afótica- abaixo da anterior , onde a intensidade de luz é insuficiente para a realização da fotossíntese; não são encontradas algas microscópicas. Os seres heterotróficos dependem da matéria orgânica vinda da zona eufótica (alguns autores preferem usar a expressão zona afótica para regiões sem luz e zona disfótica para regiões mal iluminadas). No alto-mar , a maior parte dos sais minerais , fundamentais para o desenvolvimento dos organismos produtores , encontra-se em grandes profundidades, mas a intensidade de luz ótima para fotossíntese só atinge as águas mais superficiais. Por isso, as regiões mais produtivas dos mares (onde se desenvolve a maior variedade de seres vivos) situam-se próximo às regiões costeiras, cujas águas pouco profundas contam com esses dois fatores em quantidade mais adequadas. A vida aquática é particularmente rica nos estuários , regiões da costa parcialmente fechadas onde os rios se encontram com o mar e, portanto, há maior disponibilidade de sais minerais.  Em algumas regiões costeiras , existem correntes marítimas , chamadas correntes de ressurgência , que levam os sais minerais do fundo para a superfície iluminada. Esse fenômeno aumenta o número de produtores e , em consequência , de consumidores, o que torna a região propícia à pesca.  Outras regiões de grande produtividade são os recifes de corais , que se desenvolvem em águas quentes e pouco profundas das regiões tropicais e subtropicais. Os corais obtêm boa parte de seu alimento de algas que vivem dentro do corpo deles. Em troca , fornecem a elas sais minerais e gás carbônico. As algas também possibilitam aos corais a transformação dos sais de cálcio da água do mar em carbonato de cálcio, base do esqueleto do coral. Além de proteger o litoral da erosão provocada pelas ondas , esses recifes servem de abrigo para imensa variedade de organismos. Os corais estão ficando brancos. Isso significa que eles estão perdendo suas algas e, sem elas , sua sobrevivência fica ameaçada. Suspeita-se que um dos responsáveis seja o aumento da temperatura ( a alga morre quando a temperatura aumenta) provocado pelo aquecimento global do planeta ou por outros fenômenos climáticos. Embora os recifes de corais correspondem a menos de 1% da área dos oceanos, eles servem de abrigo para 2 milhões de espécies ou 25% da vida marinha.