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A China - Um Caso Especial


Na China , em 1937 , o partido Nacionalista , liderado por Chiang Kai-Shek , e o Comunista , liderado por Mao Tse-Tung , se uniram para enfrentar a ocupação japonesa. Em 1945 , com fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota do Japão , os dois partidos passaram a se enfrentar , numa disputa que se estenderia até 1949. Nesse ano, o exército camponês do Partido Comunista venceu os nacionalistas e foi fundada a República Popular da China . Com a vitória dos comunistas , as forças lideradas por Chiang procuraram refúgio na ilha de Formosa (Taiwan), onde fundaram a China Nacionalista , seguindo uma orientação político-socioeconômica baseada no sistema capitalista. A China Popular aliou-se num primeiro momento à URSS , onde conseguiu apoio para transformar suas estruturas econômicas , que passaram a ser propriedade do Estado e controladas pelo Partido Comunista Chinês. Nos anos que se seguiram , foram realizadas grande sobras de infra-estrutura e destinados maciços investimentos à indústria siderúrgica e metalúrgica. A aliança China-URSS encerrou-se em 1958 e os chineses procuraram um caminho próprio para o desenvolvimento econômico , investindo na produção agrícola e na indústria bélica ( Para garantir soberania e segurança frente às duas grandes potências da Guerra Fria). Algumas das políticas econômicas implantadas , porém, foram desastrosas .
O partido Comunista manteve-se no poder devido à forte repressão política e à doutrinação que exaltava o futuro promissor do socialismo. A partir da década de 1960 uma profunda crise abalou praticamente todos os países socialistas, inclusive a China . A produtividade agrícola e os bens de consumo eram insuficientes para atender a população , mas nenhuma iniciativa eficaz foi tomada para superar os problemas econômicos. Em 1976 , logo após a morte de Mao Tse- Tung , a China foi o primeiro país socialista a realizar transformações econômicas e a dinamizar a economia. Em 1978 , sob a liderança de Deng Xiaoping, o Partido Comunista Chinês reintroduziu a economia de mercado em quatro regiões da China , denominadas Zonas de Comércio Aberto (ZCA). As reformas econômicas transformaram a China no país de maior crescimento econômico nas últimas décadas , registrando taxas anuais - entre 7% e 10% de ampliação do PIB - três vezes superiores ao crescimento da economia mundial. Internamente , foi montado um parque industrial diversificado , com indústrias tradicionais e modernas , de alta competitividade internacional. Além disso, depois dos EUA , a China tem sido o país que mais recebe investimentos estrangeiros , principalmente de empresários de Taiwan e da comunidade chinesa espalhada pelo mundo . Ao mesmo tempo, nos últimos anos tem aumentado o mercado de consumo interno na China e surgiu uma nova classe de empresários capitalistas que, desde 2002, são admitidos como membros do Partido Comunista Chinês e têm participado ativa nas relações políticas e econômicas . Ainda em novembro de 2002 , a China , juntamente com Taiwan , passou a integrar a Organização Mundial do Comércio (OMC), ampliando ainda mais suas possibilidades de relações comerciais com o resto do mundo. As reformas econômicas propostas por Deng Xiaoping não foram aceitas facilmente dentro do Partido Comunista Chinês . Observe um dos argumentos defendido por ele contra seus opositores. A reunificação de regiões já fizeram parte da China , como Hong Kong e Taiwan, passou a ser um item persistente no cenário geopolítico chinês desde a década de 1980 . Tal política foi reformulada sob o slogan : "Um PAÍS , DOIS SISTEMAS" . a China , ao mesmo tempo em que reivindicava soberania sobre esses territórios , oferecia autonomia na condução da política econômicas e administrativa. Hong Kong , reintegrada à China pelo Reino Unido em 1997 , e Macau ,entregue em 1999 , constituem hoje duas Regiões Administrativas Especiais , com autonomia dos poderes legislativo , administrativo e judiciário. Taiwan , governada por chineses, não se curvou às pressões : reunificação é aceita desde que a China efetue mudanças não só na estrutura econômica , mas também  política , e exige a implantação da democracia. Apesar das tensões existentes entre os dois países , das ameaças de invasão pela China Popular e do fato de a China considerar Taiwan uma província  rebelde, são justamente os empresários de Taiwan os que mais investem na economia chinesa.