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As Idéias de Lamarck


O naturalista francês Jean-Baptist Lamarck (1744-1829), em sua obra mais famosa, publicado em 1809 e intitulada Philosophie Zoologic , foi um dos primeiro a propor uma teoria sistemática da evolução . Esse fato é apresentado no prefácio da terceira edição do livro "A Origem das Espécies", de Charles Darwin, que traduzimos e reproduzimos a seguir:  " Darwin  escreveu: "Lamarck foi a primeira pessoa cujas conclusões sobre o assunto [Descendência com modificações] despertaram muita atenção (...) Nesses trabalhos, ele defende a doutrina de que as espécies, incluindo a humana , são descendentes de outras espécies  (...) Com relação ao mecanismo da modificação, ele atibuiu parte  a ação direta  das condições físicas da vida, parte ao cruzamento das formas já existentes, e , sobretudo, ao uso e desuso , isto é , aos efeitos do hábito. Para este último agente, ele parece atribui  todas as belas adaptações da natureza,  como o longo pescoço da girafa, para se alimentar no ramos das árvores. " Esta última citação de Darwin se refere a um trecho da obra de Lamarck em que ele diz o seguinte : " A girafa vive em lugares onde o solo é quase invariavelmente seco e sem capim. Obrigada a comer folhas e brotos  no alto das  árvores. Ela é forçada , continuamente,  a se esticar para cima. Esse hábito, mantido por longos períodos de tempo por todos os indivíduos da raça ,  resultou nas pernas anteriores mais longas  que as posteriores  e o pescoço tão alongado que a girafa pôde levantar a cabeça à uma altura de 5 metros, sem tirara as pernas anteriores do solo" (Extraído de BSCS, Biologia , parte 1, 1970, EDAD, São Paulo , página 39).  Hoje se sabe, no entanto , que  as grafas alimentam-se também de arbustos, e o longo pescoço parece se relacionar com a disputa " a pescoçadas" dos machos pelas fêmeas e também ao fato de propiciar enxergam  seus predadores  a grande distância, como uma torre de observação. Lamarck, no entanto,  não se baseou somente nesse exemplo , mas em muitos outros.  Um deles referem-se as aves aquáticas, , que se teriam tornado pernaltas devido ao esforço que faziam para esticar as pernas e assim evitar molhar as penas durante a locomoção na água. A cada geração esse  esforço produziria aves com pernas mais altas , que transmitiam essa característica a geração seguinte. Após várias gerações, teriam sido originadas as atuais aves  pernaltas. Segundo Lamarck ,  o princípio evolutivo estaria baseado  em duas leis fundamentais: 1ª - lei do uso ou Desuso :  No processo de adaptação dos organismos vivo ao meio  ou o uso de determinadas partes do corpo faz com que  elas se desenvolvam,  e o desuso faz com que se atrofiem; 2ª- Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos:  Alterações no corpo  provocadas pelo uso e desuso são transmitidas aos descendentes. -  Na época as leis de Lamarck foram rejeitadas ,  não porque falavam na herança das características adquiridas,  mas por falar em evolução.  Não se sabia nada sobre herança genética e acreditavam-se que as espécies eram imutáveis .  Somente muito mais tarde , os cientistas puderem contestar a herança das características adquiridas. Uma pessoa que pratica atividade física, por exemplo, terá musculatura mais desenvolvida ,  mas essa condição não é transmitidas aos seus descendentes .  Não aceitação de algumas das idéias de Lamarck não deve fazer com que ele seja conhecido como o cientista que errou.  Lamarck é um dos mais importantes cientistas da história  da biologia graças às suas cuidadosas observações  da natureza que deixou registradas em muitos   livros. Deve-se ressaltar também  que foi ele o primeiro a falar em adaptação ,  mostrando que os seres vivos estão adaptados ao ambiente onde vivem .


Descentralização E Meio Ambiente


Por que esta importância da descentralização para a problemática ambiental? Antes de tudo , porque as ações de recuperação ou proteção ambiental passam dominantemente pelo espaço local: trata-se da arborização de ruas , do tratamento de esgotos , do controle das empresas e dos loteamentos  clandestinos , dos programas especiais para a pobreza crítica , da reciclagem de resíduos , de opções pelo transporte coletivo e outras medidas que exigem um ordenamento detalhado e diferenciado de como organizamos o nosso cotidiano , rua por rua, bairro por bairro , município por município. Enquanto não se der muito mais força ao espaço local, ao chamado  espaço de vida , dificilmente se obterá  uma mudança profunda em termos globais. Isto porque o meio ambiente reage  às agressões de forma sistêmica , criando os grandes dramas mundiais do ozônio , aquecimento global, chuva ácida , destruição dos mares , erosão dos solos, mas fundamentalmente pelo acúmulo dos comportamentos destrutivos pontuais. Segundo, porque a mudança não se realiza apenas com leis e regulamentos , acompanhados dos inevitáveis fiscais. Leis e fiscais são úteis  como pontos de referência , e para com o comportamento delinquente de minorias. Mas quando é o próprio modelo de desenvolvimento e o padrão dominante de consumo que constituem fatores de destruição do meio ambiente , é preciso introduzir um novo comportamento ambiental, e isto não se faz com regulamento , e sim com profundas mudanças culturais. É preciso criar a identificação de cada indivíduo , de cada família , com o seu espaço de vida, com a estética de uma paisagem , com o prazer de um rio limpo, com o respeito pelo vizinho , com uma visão de longo prazo. Esta cultura existe em forma latente dentro de cada um de nós. E por que não se transforma em realidade? Antes de tudo , porque se trata , como bem o mostra Peter Drucker , de interesses difusos , e estes são fracos frente a interesses pontuais. Exemplificando , não há dúvida que um plebiscito para salvar a floresta Amazônica ou proteger os mares obteria o apoio unânime de todo o planeta. Mas ainda que os [mais de] 5 bilhões de habitantes do planeta estejam de acordo  , proteger a Amazônia não pode ser um programa de ação do parisiense , ou do mexicano, porque ele tem mais coisas a fazer. Ou seja, trata-se de interesses difusos, sobre os quais todos estão de acordo , mas que ninguém adota como tarefa exclusiva. Enquanto o interesse de uma madeireira , ou de uma grande companhia de pesca , constitui um interesse pontual e organizado , com um objetivo preciso de faturar milhões de dólares por ano , comprando-se os fiscais ou deputados necessários, o espaço de publicidade na imprensa , quando não os matadores , como no caso do Chico Mendes. A importância do espaço local prende-se justamente ao fato de que , neste nível, os interesses difusos podem ser transformados em interesses pontuais : dizer que um curso de água deveria ser limpo é uma coisa.  Mas organizar os proprietários ribeirinhos cujas propriedades se vêem desvalorizadas , e que sofrem portanto na carne os efeitos de uma destruição ambiental , é outra . A força do "Not in my backyard" [não no meu quintal] na Europa é um exemplo disto : quando a comunidade é organizada em torno dos seus interesses concretos, a defesa dos interesses comuns torna-se viável. 

[Bursztyn, Marcel (org.) e outros. Para pensar o desenvolvimento sustentável. São Paulo, Brasiliense, 1993.)


Talassociclo


Cobrindo cerca de 71% globo terrestre, os oceanos e os mares formam  o maior biociclo.  Na água as condições climáticas estão menos sujeitas a mudanças . Por exemplo, a variação de temperatura é bem menor que no meio terrestre por causa da circulação da água , que também contribui para a distribuição  uniforme dos continentes químicos desse biociclo. O resultado é que há  um número menor de habitats e de nichos ecológicos , o que torna sua diversidade de espécies inferior à do epinociclo.  Os oceanos podem ser divididos de acordo com a profundidade em :

1- Zona litorânea ou intertidal , entremarés ou sistema litorâneo - corresponde à região entre a maré alta e a baixa; 2- Zona nerítica ou sistema nerítico - corresponde à região do mar com até cerca de 200 m de profundidade sobre a plataforma continental (parte submersa dos continentes); esta tem um declive suave e se estende , em média , até uma distância de 70 km do litoral;

3- Zona batial ou sistema batial - situa-se , em média , entre 200 m e 2 km de profundidade;

4- Zona abissal ou sistema abissal - encontra-se a mais de 2 km de profundidade. A variação da luz em função da profundidade influencia a distribuição dos seres vivos do biociclo marinho. 

5-Eufótica ou Fótica - Região bem iluminada, que vai até cerca de 200 m de profundidade; é rica em seres autotróficos e, consequentemente , em consumidores;

-Afótica- abaixo da anterior , onde a intensidade de luz é insuficiente para a realização da fotossíntese; não são encontradas algas microscópicas. Os seres heterotróficos dependem da matéria orgânica vinda da zona eufótica (alguns autores preferem usar a expressão zona afótica para regiões sem luz e zona disfótica para regiões mal iluminadas). No alto-mar , a maior parte dos sais minerais , fundamentais para o desenvolvimento dos organismos produtores , encontra-se em grandes profundidades, mas a intensidade de luz ótima para fotossíntese só atinge as águas mais superficiais. Por isso, as regiões mais produtivas dos mares (onde se desenvolve a maior variedade de seres vivos) situam-se próximo às regiões costeiras, cujas águas pouco profundas contam com esses dois fatores em quantidade mais adequadas. A vida aquática é particularmente rica nos estuários , regiões da costa parcialmente fechadas onde os rios se encontram com o mar e, portanto, há maior disponibilidade de sais minerais.  Em algumas regiões costeiras , existem correntes marítimas , chamadas correntes de ressurgência , que levam os sais minerais do fundo para a superfície iluminada. Esse fenômeno aumenta o número de produtores e , em consequência , de consumidores, o que torna a região propícia à pesca.  Outras regiões de grande produtividade são os recifes de corais , que se desenvolvem em águas quentes e pouco profundas das regiões tropicais e subtropicais. Os corais obtêm boa parte de seu alimento de algas que vivem dentro do corpo deles. Em troca , fornecem a elas sais minerais e gás carbônico. As algas também possibilitam aos corais a transformação dos sais de cálcio da água do mar em carbonato de cálcio, base do esqueleto do coral. Além de proteger o litoral da erosão provocada pelas ondas , esses recifes servem de abrigo para imensa variedade de organismos. Os corais estão ficando brancos. Isso significa que eles estão perdendo suas algas e, sem elas , sua sobrevivência fica ameaçada. Suspeita-se que um dos responsáveis seja o aumento da temperatura ( a alga morre quando a temperatura aumenta) provocado pelo aquecimento global do planeta ou por outros fenômenos climáticos. Embora os recifes de corais correspondem a menos de 1% da área dos oceanos, eles servem de abrigo para 2 milhões de espécies ou 25% da vida marinha.


As Vanguardas Artísticas Europeias


Em termos artísticos , vanguarda é a palavra utilizada para designar aqueles que preveem e anunciam o futuro , os novos tempos. As vanguardas europeias são os movimentos que procuram expressar as contradições desencadeadas por tantas mudanças , tantos ganhos e simultaneamente tantas derrotas , vividas na Era da Máquina. Se nela , por um lado, costuram-se a velocidade, o progresso , a vertiginosa aceleração técnico-científica , por outro, também nela assimila-se dolorosamente a ausência de valores humanos, como os religiosos e os científicos , que são questionados em sua capacidade de gerar a felicidade e a justiça social. Assim, todas as convenções culturais e artísticas burguesas passam a representar o passado, transformam-se em alvo de crítica demolidora , mordaz, irreverente , niilista , isto é , negadora dos valores instituídos e defendidos até o século XIX. Os museus , as bibliotecas , as academias são alvos constantes das vanguardas , tanto quanto as formas fixas como o soneto , a rima e a métrica regulares, a linguagem dicionarizante e discursiva das tendências poéticas tradicionais. Iniciados no território das artes plásticas , os movimentos de vanguarda rapidamente se ampliam em direção às outras manifestações artísticas , defendendo a interdependência de suas linguagens , a integração entre a música , a escultura , a arquitetura , a literatura e o cinema. Entre as estéticas de vanguarda que provocaram uma revolução única no cenário artístico europeu e mundial, destacam-se o Futurismo , o Cubismo, o Dadaísmo e o Surrealismo. Vamos conhecê-los , a fim de iniciar a nossa travessia pela modernidade artística e literária.


"Entre Outras Mil És Tu Brasil"


No plano internacional, até 1828 o governo imperial procurou apenas o reconhecimento de sua emancipação política. Em troca disso, a Coroa brasileira assinou tratados e fez concessões que agravaram ainda mais a pesada herança colonial . Se a organização econômica impunha uma inserção subordinada do Brasil na economia mundial, de país fornecedor de matérias-primas e gêneros alimentícios , as concessões determinadas pela diplomacia aprofundaram os mecanismos de dependência, sobretudo em relação à Inglaterra , que confirmou vantagens alfandegárias e pôde escoar sua produção industrial para o interior das fronteiras do Estado Brasileiro. Mas a questão mais embaraçosa para o governo brasileiro referia-se à escravatura. Em troca do reconhecimento da emancipação política brasileira, a Inglaterra obteve o compromisso do fim do tráfico , que acabou sendo objeto de uma lei de 1831 , ano da abdicação de D. Pedro I. Com as turbulências decorrentes do período regencial e numa fase de estruturação do Estado nacional, o tráfico de escravos continuou a abarrotar os portos brasileiro com a mão-de-obra africana. Não seria possível , ainda , a esse Estado afrontar sua base social e encerrar o tráfico e a escravidão. As relações com os britânicos tornaram-se mais difíceis a partir de 1845 , quando, pela lei conhecida como Bill Aberdeen , o governo inglês se investiu na autoridade de fiscalizar e apreender embarcações que transportassem escravos em qualquer parte do mundo. A hegemonia britânica era então devastadora e o Estado brasileiro acabaria por ceder. Em 1850, após uma série de apreensões , prisões e tomadas de portos brasileiros , os tráfico negreiro foi extinto. A questão da escravatura , porém , ainda não estava resolvida.


Indústria Cultural no Brasil


O desenvolvimento da indústria no Brasil ocorreu paralelamente ao desenvolvimento econômico e teve como marco a introdução do rádio , na década de 1920, da televisão , na década de 1950 , e , recentemente , nos anos 1990, da internet. Os outros campos da indústria cultural , como cinema , jornais e livros, não são tão expressivos quanto a televisão e o rádio. O cinema atinge , no máximo, 10% da população e pouco mais de 20% dos brasileiros têm acesso às produções escritas (livros, revistas e jornais).  A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu em 1922, inaugurando uma fase de experimentação , voltada principalmente para atividades não comerciais. A programação veiculada incluía recitais de poemas , música erudita , óperas e palestras científicas. Era mantidas por associações e clubes de amigos do rádio. As emissoras eram poucas , precariamente equipadas e com transmissão irregular , pois não havia muitos aparelhos receptores. No final de 1923, existiam apenas 536 aparelhos receptores no Brasil. A segunda fase começou na década de 1930, quando foi autorizada a publicidade no rádio. Isso permitiu a ampliação da difusão para ouvintes que antes estavam impossibilitados de sintonizar os programas . Por causa do alto custo , os programas ficavam restritos às cidades em que eram produzidos, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e FORTALEZA . O dinheiro arrecadado com a publicidade foi o que possibilitou manter a programação no ar. Entre as décadas de 1930 e 1950 , o rádio alcançou seu apogeu de audiência, principalmente com os programas de auditório e as radionovelas, além de programas jornalísticos e humorísticos , transmissões esportivas e grandes musicais. O sucesso era tanto que cada emissora de rádio possuía sua própria orquestra e cantores próprios . Os cantores e cantoras mais conhecidos eram contratados como grandes estrelas , pois proporcionavam audiência e , consequentemente , mais anunciantes e patrocinadores à emissora. O desenvolvimento econômico possibilitava a ampliação do número de emissoras e de receptores por todo o Brasil.  Nas cidades do interior era muito comum a programação de rádio ser retransmitida por alto-falantes nas ruas e praças. Foi nesse período que o Estado passou a controlar as atividades do rádio com as leis e a censura. Durante a ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945), o governo faia sua propaganda e tentava desenvolver uma cultura nacionalista por meio do rádio; por isso , as empresas comerciais eram obrigadas a manter um aparelho ligado durante todo o tempo em que estivessem abertas ao público. Com a chegada da televisão , o rádio começou a decair, principalmente nas décadas de 1960 e 1970 . A televisão iniciava , de modo mais intensivo , sua programação , e com isso retirava do rádio não só a audiência , mas também os profissionais (programadores, artistas , locutores , atores) e , principalmente , os patrocinadores , os anunciantes. Foi o fim dos auditórios , dos programas musicais ao vivo, das radionovelas e programas humorísticos, principal conteúdo das rádios. As emissoras passaram a ser reprodutoras musicais , além de transmitir programas esportivos. Isso significou um redirecionamento dos investimentos em pessoas e equipamentos. Isso significou um redirecionamento dos investimentos em pessoas e equipamentos. É importante lembrar que nesse período a ditadura militar mantinha uma censura à programação , o que limitava as poucas alternativas das emissoras.  O rádio tomou novo impulso somente a partir da segunda metade da década de 1980, com a introdução das emissoras FM (que permitiam melhor recepção), o fim da censura e a disponibilidade de mais investimentos oriundos da publicidade. Foram então desenvolvidos programas para públicos específicos e constituídas grandes redes de rádio com abrangência de recepção nacional. Além das emissoras relacionadas, existem em torno de 10 mil rádios comunitárias que produzem programações específicas e com pouca abrangência, além das rádios piratas, presentes em muitos lugares, mas ausentes das estatísticas, já que são clandestinas. Hoje , muitas rádios são acessadas pela internet, o que significa uma nova forma de recepção dos programas. Essa união do rádio com a internet propiciou às emissoras uma nova forma de chegar a públicos variados , com notícia ou música. Em vários lugares d mundo , desde as primeiras décadas do século XX, o rádio foi utilizado como um instrumento de dominação e reprodução ideológica e de sustentação do poder central. Isso aconteceu nos Estados Unidos, no Canadá , no Japão e em países europeus. O mesmo ocorreu no Brasil, especialmente sob o governo autoritário de Getúlio Vargas e no período ditatorial instalado de 1964 a 1985. Hoje , aproximadamente 85% das emissoras comerciais em operação no Brasil estão em mãos de políticos de carreira que usam as transmissões de acordo com os interesses próprios e dos patrocinadores. Estes pressionam, por exemplo, para que sua empresa não seja relacionada a alguma notícia que a prejudique. A indústria de discos (CDs) também faz pressão para que seus produtos sejam agraciados com mais tempo de execução. Isso significa que os programas musicais ou jornalísticos das rádios não são independentes , pois estão vinculados aos interesses pessoais dos proprietários das emissoras, dos patrocinadores ou da indústria fonográfica. São , assim, as rádios comunitárias , públicas e mesmo as piratas que criam espaços radiofônicos alternativos e podem desenvolver uma programação sem as limitações e os constrangimentos mencionados.

A Intervenção da Igreja


A descoberta da América por Colombo provocou disputa entre os reinos ibéricos , interessados na posse de terras. Portugal preocupou-se em firmar um tratado que lhe assegurasse o domínio das terras existentes a leste do Oceano Atlântico. O acordo entre os dois países foi julgado pelo papa Alexandre VI, que confirmou um novo tratado. Partindo-se de uma linha imaginária traçada a partir do pólo (37¤), o Tratado de Tordesilhas estabeleceu que as terras encontradas a oeste dessa linha pertenceriam à Espanha e aquelas situadas a leste seriam de Portugal. Por esse motivo , a esquadra de Pedro Álvares Cabral , que se dirigia às Índias , fez um desvio proposital para leste para garantir ao rei português a posse dessas terras (brasileiras). Os outros países europeus desconsideraram esse tratado, que os excluía, e procuraram se estabelecer e explorar o novo continente. As novas conquistas não ofereceram interesse imediato a Portugal. O comércio de especiarias estava no auge: o aumento de consumo e sua falta no mercado europeu faziam com que as cargas dos navios que retornavam das Índias fossem disputadas e as mercadorias alcançassem preços elevados na revenda. Por esse motivo , Portugal limitou-se a estabelecer algumas feitorias nas novas terras , para desenvolver atividades extrativas. Utilizava-se da mão-de-obra indígena , que , em troca de quinquilharias (escambo) , prestava-se de boa vontade a esse serviço. Mas a exclusividade da rota marítima durou pouco. Inglaterra , França e Holanda , ignorando propositadamente o tratado que dividia a América entre as duas nações, passaram a utilizar-se dos caminhos recém-descobertos para suas próprias transações comerciais. O aumento da oferta de produtos provocou a queda dos preços e , portanto, dos lucros obtidos. Os reinos ibéricos tentaram , então, nova atividade lucrativa , através do povoamento e exploração colonial. Fez-se ao longo do litoral atlântico, insistindo-se no cultivo de produtos raros na Europa. Um deles , a cana-de-açúcar , encontrou condições de solo e clima propícios no Nordeste , tornando-se a base da economia lusitana na época. A necessidade de homens para a lavoura, homens que trabalhassem para donatários e não para seu próprio enriquecimento , alterou a relação inicial entre brancos e índios. " A legislação portuguesa sempre preocupou contrariar ou dificultar e imigração , embora milhares de camponeses europeus não tivessem terras e passassem fome" (Décio Freitas). Livres , com valores culturais e estrutura social e econômica bem diversos dos colonizadores (tipo de comunismo primitivo), os índios não se sujeitavam às imposições dos brancos. As lutas entre colonizadores e índios condenaram ao desaparecimento inúmeras nações indígenas , ao mesmo tempo que instituíam a mais abominável exploração humana: o regime escravo.


Fatores Que Provocaram As Lutas Pela Independência


No período de 1756 a 1753 , a Inglaterra e a França estiveram em guerra (a Guerra dos Sete Anos), motivada por conflitos expansionistas. A Inglaterra conseguiu vencer sua rival, mas precisou recrutar os colonos norte-americanos para as batalhas. Os colonos combaterem principalmente no território compreendido entre os Apalaches e o Mississippi, ocupado por franceses , que compravam peles dos indígenas para revendê-las na Europa por altos preços. Ao término da guerra , com a vitória inglesa , esse território foi anexado aos domínios ingleses. Interessava aos norte-americanos expandir seus negócios naquela região, mas a metrópole reservou para si a colonização daquela área. O descontentamento aumento quando a Inglaterra , para recuperar-se das dívidas da guerra criou novos impostos , como a Lei do Selo, que era uma taxa sobre os jornais e documentos oficiais , os quais deveriam obrigatoriamente portar o selo real, e também aumentou os impostos já existentes , como imposto sobre o açúcar e o melaço , produtos básicos para a fabricação do rum . A indignação explodiu em revolta com a Lei do Chá (1770), que dava o monopólio da venda desse produto à Companhia das Índias Orientais , prejudicando os comerciantes norte-americanos. Em Boston , colonos disfarçados de índios jogaram ao mar todo o carregamento de chá de um navio , sob aplausos dos comerciantes americanos. Esse episódio ficou conhecido como a Festa do Chá em Boston. A repressão foi severa: o porto foi tomado pela guarda real e vários manifestantes foram mortos. Enquanto a Inglaterra buscava reforçar a aplicação das leis do Pacto Colonial, os norte-americanos, em represália , recusavam-se a vender os produtos ingleses e divulgavam panfletos pregando a independência . Nesses panfletos , as idéias dos filósofos iluministas , como a liberdade e a igualdade , eram exaltadas. A substituição do governo "tirânico" da metrópole por outro que respeitasse os cidadãos (teoria pregada por John Locke) representava o desejo dos patriotas.


Problemas Com Heredogramas



Nos heredogramas aparecem indivíduos afetados (símbolos escuros) por alguma característica determinada por um par de alelos . Analisando-o , podemos concluir que o caráter afetado é recessivo , pois o cruzamento de dois indivíduos normais  deu uma filha afetada . Logicamente os indivíduos são portadores de um alelo a. Como não são afetados , seu genótipo é Aa. Outros indivíduos também são afetados ; por isso seu genótipo também é aa. Assim , todos os filhos dos indivíduos afetados apresentarão pelo menos um alelo a. Como há filhos não são afetados, concluímos que eles apresentam genótipo Aa. Em relação aos demais indivíduos não podemos determinar se são AA ou Aa. A) A Presença de Sardas é determinada por um alelo dominante (A) e sua ausência , por um alelo recessivo (a). O fato de um alelo ser dominante não significa que ele é encontrado em maior frequência na população. Significa apenas que seu fenótipo se manifesta tanto no homozigoto como no heterozigoto. No heredograma , os indivíduos assinalados em negro possuem sardas (característica dominante). Quais são os indivíduos heterozigotos? Resolução: Como a ausência de sardas é recessiva , podemos dizer que alguns  indivíduos são recessivos (aa). Se  um indivíduo fosse homozigoto dominante (AA) , ele não poderia ter filhos sem sardas, já que seus filhos seriam AA ou Aa, logo ele é heterozigoto (Aa). Como outros indivíduos possuem sardas , eles herdaram o alelo dominante (A) do pai. Mas, como sua mãe não possui sardas , eles herdaram um alelo recessivo dela; logo , também são heterozigotos (Aa). Então , podemos dizer que apenas os indivíduos mencionados são heterozigotos.  O caráter a ser analisado, salvo em orientação em contrário , é sempre o dos indivíduos hachurados ou em cor escura.  Em um heredograma pode notar que algum casal que não possui caráter produziu um menino com o caráter , o que nos leva à conclusão de que os paus são heterozigotos (Aa) e passaram o alelo a para o filho. Portanto, o caráter em questão deve-se a um alelo recessivo , sendo o genótipo do filho afetado aa. Em outro heredograma , o casal 1 e 2 apresenta o caráter e produz um filho sem ele. Portanto, pode-se concluir que o casal é heterozigoto (Aa) e o filho não afetado tem genótipo aa, sendo o caráter em estudo determinado por um alelo dominante.



Escravidão e Servidão



O termo "trabalho" pode ter nascido do vocábulo latino "tripallium", que significa "instrumento de tortura", e por muito tempo esteve associado à ideia de atividade penosa e torturante . Nas sociedades grega e romana era a mão de obra escrava que garantia a produção suficiente para suprir as necessidades da população . Existiam outros trabalhadores além dos escravos , como os meeiros, os artesãos e os camponeses. No entanto, mesmo os trabalhadores livres eram explorados e oprimidos pelos senhores e proprietários. Estes eram desobrigados de qualquer atividade , exceto a de discutir os assuntos da cidade e o bem-estar dos cidadãos. Para que não dependessem do próprio trabalho e pudessem se dedicar exclusivamente a essa atividade , o trabalho escravo era fundamental. Nas sociedades feudais, como no mundo greco-romano, havia também aqueles que trabalhavam - os servos , os camponeses livres e os aldeães e aqueles que viviam do trabalho dos outros - os senhores feudais e os membros do clero. A terra era o principal meio de produção, e os trabalhadores tinham direito a seu usufruto e ocupação , mas nunca à propriedade. Muitos trabalhavam em regime de servidão , no qual não gozavam de plena liberdade , mas também não eram escravos. Prevalecia um sistema de deveres do servo para com o senhor e deste para com aquele. Além de cultivar as terras a ele destinadas , o servo era obrigado a trabalhar nas terras do senhor , bem como na construção e manutenção de estradas e pontes. Essa obrigação se chamava corveia . Devia também ao senhor da talba , uma taxa que se pagava sobre tudo o que se produzia na terra e atingia todas as categorias dependentes. Outra obrigação devida ao senhor pelo servo eram as banalidades, pagas pelo uso do moinho , do forno , dos tonéis de cerveja e pelo fato de, simplesmente , residir na aldeia. Essa obrigação era extensiva aos camponeses. Examinando a ilustração ao lado pode-se ter uma ideia da organização do espaço e do trabalho na propriedade feudal. Embora o trabalho ligado à terra fosse o preponderante nas sociedades medievais, outras formas de trabalho merecem destaque , como as atividades artesanais , desenvolvidas nas cidades e mesmo nos feudos , e as atividades comerciais. Nas cidades , o artesanato tinha uma organização rígida baseada nas corporações de ofício. No topo da escala dessas corporações, havia um mestre que controlava o trabalho de todos. Esse mestre encarregava-se de pagar os direitos ao rei ou ao senhor feudal e de fazer respeitar todos os compromissos com a corporação. Abaixo dele vinha o oficial, que ocupava uma posição intermediária entre a do aprendiz e a do mestre. Cabia ao oficial fixar a jornada de trabalho e a remuneração , sendo também o responsável por transmitir os ensinamentos do mestre aos aprendizes. O aprendiz , que ficava na base dessa hierarquia , devia ter entre 12 a 15 anos e era subordinado a um só mestre. Seu tempo de aprendizado era predeterminado , bem como os seus seus deveres e as sanções a que estava sujeito , conforme o estatuto da corporação. Nas sociedades que vimos neste tópico , da Antiguidade até o fim da Idade Média , as concepções do que denominamos trabalho apresentam variações , mas poucas alterações. Sempre muito desvalorizado , o trabalho não era o elemento central , o núcleo que orientava as relações sociais. Estas se definiam pela hereditariedade , pela religião, pela honra , pela lealdade e pela posição em relação às questões públicas. Eram esses os elementos que permitiam que alguns vivessem do trabalho dos outros.


A Relação Entre Meiose e Primeira Lei



Como já comentado no capítulo anterior, Mendel chegou às suas conclusões antes que a meiose tivesse sido descrita. Hoje já se sabe que os fatores mendelianos são os genes e que eles se localizam nos cromossomos. Estes existem aos pares das células somáticas (diploides). Os dois cromossomos que formam um par se chamam homólogos e possuem a mesma sequência de genes; estão, assim, relacionados com as mesmas características genéticas. A posição que cada gene ocupa no cromossomo é chamada Locus (Do latim : lugar) gênico. Cada gene pode apresentar diferentes variantes que se manifestam e cada uma delas é chamado alelo. cada alelo de um gene contém diferenças na sequência de certas bases nitrogenadas codificando Rnas diferentes, porém relacionados ao caráter determinado por aquele gene. Nessa célula podemos descartar alguns pares de alelos: aa, BB, cc Por exemplo, quando , unas células d e um indivíduo , os alelos que compõem o par não são idênticos entre si . O indivíduo é é denominado por heterozigótico e diz-se que os genes estão em heterozigose (Mendel usava o termo hibrido para esse caso). Quando os alelos são idênticos , o indivíduo é denominado homozigótico e diz-se que os alelos estão em homozigose ,(Mendel usava o termo puro para esses casos). Na célula , os alelos - 
A e a estão em heterozigose;
B e B estão e homozigose;
c e c estão em homozigose.

Vamos analisar agora a relação entre meiose e primeira lei. Para simplificar, consideramos uma célula hipotética com apenas um par de homólogos , em que se destaca um par de alelos em heterozigose. Ao final da meiose , formam-se , portando , quatro células haploides que são os gametas. Um exemplo dado, destacamos os alelos A e a, podendo-se observar que esses alelos se separam na formação dos gametas em decorrência da separação dos cromossomos homólogos: 50% dos gametas portam o alelo A e 50% o alelo a. Desse modo, verifica-se que Mendel a, antes mesmo de saber da existência dos cromossomos e da meiose, interpretou corretamente o comportamento dos seus "fatores" na herança e concluiu , também corretamente, que esses fatores ocorrem aos pares das células dos corpo e separadamente nos gametas. Entretanto, uma ressalva importante deve ser feita nos casos de herança envolvendo plantas. Se você voltar saber na parte referente à meiose , poderá verificar que no circulo de vida das plantas , a meiose é intermediária ou espórica. Assim, o produto das meioses são esporos n que germinam e dão origem à uma fase haploide que formam gametas por mitose. Apesar de a meiose nas plantas ser espórica e não gamética e , o raciocínio para a compreensão dos mecanismos de herança não se modifica , pois cada esporo N dá origem à geração formadora de gametas n. De modo indireto, um esporo e os gametas formados a partir da geração n que o esporo deu origem têm a mesma constituição cromossômica e de genes.Por extrema simplificação e apenas com um objetivo de entender o mecanismo de herança nas plantas , representa-se o processo de meiose e , a seguir, especificam-se os gametas sem fazer menção às etapas intermediárias dos círculos de vida. Em outra unidade deste capítulo , estudaremos os círculos de vida com mais detalhes.


Teoria de Malthus



Em 1798, Malthus publicou seu "Ensino Sobre a População" , no qual desenvolveu uma teoria demográfica que se apoiava basicamente em dois postulados: 

1ª- Se não ocorrerem guerras, epidemias  desastres naturais etc.,  a população tenderia a duplicar a cada 25 anos. Cresceria , portanto , em progressão geométrica (2,4,8,16,32...) e constituiria um fator variável , que aumentaria sem parar. 

2ª- O crescimento da produção de alimentos ocorreria apenas em progressão aritmética (2,4,6,8,10...) e possuiria certo milite de produção , por depender de um fator fixo: a própria extensão territorial  dos continentes. Ao considerar esses dois póstulos . Malthus  concluiu que o ritmo de crescimento populacional seria mais acelerado que o da produção de alimentos, Previu também que um dia as possibilidades de aumento da área cultivada estariam esgotadas , pois todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agropecuária e, no entanto , a população mundial ainda continuaria crescendo. A consequência disso seria a falta de alimentos para abastecer as necessidades de consumo do planeta , ou seja, a fome . Para evitar esse flagelo , Malthus , que além de economista era pastor da Igreja Anglicana , na época contrária aos métodos anticoncepcionais , propunha que as pessoas só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los. Hoje , verifica-se que suas previsões não se concretizara: a população do planeta não duplicou a cada 25 anos, e a produção de alimentos aumentou graças ao desenvolvimento tecnológico. Mesmo que produzida aumentou , uma vez que a produtividade (quantidade produzida , por área; toneladas de arroz por hectare, por exemplo) também vem crescendo ao longo das décadas. Essa teoria , quando foi elaborada , parecia muito consistente. Os erros de previsão estão ligados principalmente às limitações da época para a coleta de dados, já que Malthus tirou suas conclusões partindo da observação do comportamento demográfico em uma determinada região , com população predominantemente rural, e as considerou válidas para todo o planeta no transcorrer da História. Não serviu os efeitos decorrentes da urbanização na evolução demográfica e do progresso tecnológico aplicado à agricultura. Desde que Malthus apresentou sua teoria , são comuns os discursos que relacionam de forma simplista a ocorrência da fome no planeta ao crescimento populacional. Mais da metade da população mundial passa fome , ou está subnutrida , mas isso é resultado da má distribuição da renda e não da carência na produção de alimentos. Nos primeiros anos do século XXI, a produção agropecuária mundial era suficiente para alimentar cerca de 9 bilhões de pessoas, enquanto a população do planeta era pouco superior a 6 bilhões. A fome e a subnutrição existem porque as pessoas não possuem  o dinheiro necessário para suprir suas necessidades básicas, fenômeno este facilmente observável no Brasil. Em nosso país , apesar do enorme volume de alimentos exportados e de  as prateleiras dos supermercados estarem sempre abastecidas , muitos trabalhadores não  conseguem adquirir alimentos em quantidade e com a qualidade que necessitam; embora essa falta atinja um percentual pequeno da população , de um modo geral a alimentação dos brasileiros é mal balanceada : há excesso de carboidratos e carência e proteínas e diversas vitaminas.




Revolução e Transformação Social



Já sabemos e estudamos as teorias que procuraram explicar as mudanças sociais. Nesta parte , vamos  tentar entender o processo que foi chamado de revolução e que significou uma mudança profunda nas sociedades em que aconteceu. Revolução é a transformação radical das estruturas sociais , políticas e econômicas de uma sociedade. Outros tipos de alteração podem ser chamados de reformas sociais ou apenas de mudanças parciais. De acordo com o pensador italiano Umberto Melotti , tanto reformador quanto o revolucionário almejam mudanças sociais , mas não as mesmas. As mudanças propostas pelos reformadores não se contrapõem aos interesses das classes dominantes , podendo até ser utilizadas para consolidar sua permanência no poder. Já um revolução se opõe sempre aos interesses das classes dominantes , pois tem por objetivo eliminar a sua hegemonia. Assim , as reformas são realizadas por quem está no poder , enquanto a revolução se processa contra esse poder. Melotti destaca que a reforma procura alterar elementos não essenciais , reparando determinados problemas para garantir a manutenção da situação vigente , enquanto a revolução é um ato de emancipação social, que objetiva destruir o existente para reconstruir a sociedade em novas bases. A história das sociedades é marcada por uma série ininterrupta de reformas e revoluções , mas são estas últimas que assinalam momentos autênticos de busca de uma emancipação efetiva. Para entender o desenvolvimento e o significado das revoluções, vamos analisar sociologicamente algumas delas.


Aves e Mamíferos



 As aves devem ter surgido de grupos de dinossauros bípedes (grupo dos terópodes), carnívoros e com penas, como evidenciam alguns fósseis, como o Sinornithosaurus Milleni , com cerca de 125 milhões de anos , o Sinosauropterys ou o Protarchaeopterys, descobertos na China, com 145 milhões de anos. Embora não permitissem o voo, as penas ajudariam a reter calor corporal . Outro fóssil, o Archaeopteryx, descoberto na Alemanha , com 150 milhões de anos , apresentava penas , mas com um esqueleto semelhante ao dos dinossauros do grupo dos terópodes. Possuía dentes e uma longa cauda. A época em que esses fósseis de transição foram encontrados está de acordo com o que se espera se tomarmos por base a teoria da evolução. Em terrenos com cerca de 200 milhões de anos encontramos fósseis de dinossauros do grupo dos terópodes , mas nenhum sinal de fósseis de animais semelhantes às aves. Naqueles que têm cerca de 70 milhões de anos , já encontramos fósseis de animais semelhantes às aves. Então, fósseis de transição entre os dois grupos , isto é , com características de dinossauros e de aves , como o arqueópterix, deveriam ser encontrados em camadas de terreno com idade intermediária , o que de fato ocorreu. Os primeiros mamíferos surgiram no final do Triássico de um grupo de répteis , os terapsidas. Eram pequenos (menos que um rato), alimentava-se de insetos e tinham noturnos. Foi somente a partir da extinção dos dinossauros , há cerca 65 milhões de anos, que os mamíferos puderam espalhar-se pelos mais variados ambientes. Além da presença de pelos , os mamíferos apresentam glândulas mamárias , que fornecem alimento para os filhotes durante certo tempo após o nascimento. A maioria dos mamíferos é vivípara. O ornitorrinco e a equidna , que vivem na Austrália e na Nova Zelândia , possuem pelos e glândulas mamárias , mas são ovíparos.


Canibalismo


Algumas vezes um animal mata e devora outro da mesma espécie, fenômeno denominado canibalismo. Entre alguns insetos, os animais mais fracos ou doentes são devorados pelos sadios. Algumas aranhas fêmeas devoram o macho após o ato sexual. Na falta da presa costumeira , alguns peixes predadores , alguns peixes predadores podem comer os indivíduos mais jovens. Às vezes , os machos de alguns primatas e os leões matam e comem os filhotes que não são deles; por exemplo, um novo leão pode matar os filhotes de menos de um ano que as fêmeas tiveram com o leão anterior. Quando isso acontece , a fêmea entra no período fértil mais cedo. O canibalismo ocorre também em populações de anfíbios que se desenvolvem em poças de água de curta duração, caso em que é importante completar a metamorfose antes que a poça seque. O resultado é que os animais que amadurecem mais rápido devoram os mais jovens , conseguindo comida para acelerar seu desenvolvimento. A aranha popularmente conhecida como viúva-negra , logo após o acasalamento , devora o macho , e , quando há falta de alimento, ratos podem  comer seus próprios filhotes. Em 2006, no Alasca , pesquisadores observaram um caso inédito de canibalismo: um grupo de ursos-polares machos matou  e devorou duas fêmeas , um filhote e um macho jovem. Os ursos-polares alimentam-se principalmente de focas , e os pesquisadores acham que o aquecimento global , que fez diminuir em 20% a calota polar ártica nos últimos trinta anos, reduziu o território de caça desses animais. A falta de alimento teria provocado o canibalismo. Segundo algumas previsões, esses ursos podem estar extintos em vinte anos.


Cooperação Nas Sociedades De Mamíferos


Nos mamíferos , há várias sociedades com grande grau de união e de cooperação . Alguns animais soltam um grito de alarme quando veem um predador aproximar-se do grupo. Por exemplo, os macacos babuínos do Quênia emitem três tipos de grito: um para leopardos ; outro para serpentes ; e um para águias. Cada grito produz uma reação diferente. Quando ouvem o grito para leopardos, eles sobem nas árvores. Se o aviso é sobre águias, imediatamente olham para o céu e correm para se esconder. Quando se refere a serpentes , erguem-se sobre as patas traseiras e observam com cuidado o mato ao redor. É frequente os animais de determinada sociedade dividirem alimento entre si. Os morcegos vampiros que não conseguem comida quase sempre encontram  outro morcego vampiro que lhes doa sangue por meio da regurgitação:  o animal lança pela boca um pouco do alimento que ainda estava em seu estômago. Para o morcego, essa ajuda é fundamental , pois ele morrerá se não conseguir alimento por duas noites seguidas. A espécie humana vive em sociedades. Podemos supor que a cooperação na sociedade tenha sido importante para a sobrevivência dos ancestrais humanos nas savanas africanas , uma vez que, individualmente , não eram tão hábeis e fortes como os carnívoros que caçam nas savanas. Além disso, o desenvolvimento do cérebro confere ao ser humano grande capacidade de suas ações. Com isso , pode estimular de forma consciente a cooperação entre os indivíduos, mostrando os seus benefícios.

A Revolução Verde


 A partir da década de 1950, os Estados Unidos e a ONU incentivaram a implantação de mudanças na estrutura fundiária e nas técnicas agrícolas em vários  dos então chamados países subdesenvolvidos , muitos dos quais ex-colônias recém-independentes. Em plena Guerra Fria, a intenção  dos norte-americanos era evitar o surgimento de focos de insatisfação popular por causa da fome. Eles temiam pela instalação de regimes socialistas em alguns países do então Terceiro Mundo . Além do mais , a indústria química , que se desenvolveu voltada para o setor bélico , apresentava certa capacidade ociosa nesse período. O conjunto de mudanças técnicas na produção agropecuária - proposto aos países pobres para resolver o problema da fome - ficou conhecido por Revolução Verde . Consistia na modernização das práticas agrícolas (utilização de adubos químicos, inseticidas , herbicidas , sementes melhoradas) e na mecanização do preparo do solo - do cultivo e da colheita - visando ao aumento da produção de alimentos.  Com esse objetivo os Estados Unidos ofereceram financiamentos para a importação de insumos, maquinaria e capitação de técnicos e professores para as faculdades e cursos técnicos agrícolas. Os governos dos então países subdesenvolvidos passaram a promover pesquisa e divulgação de técnicas de cultivo entre os agricultores , e a fornecer créditos subsidiados. Entretanto , a proposta era a adoção do mesmo padrão de cultivo em todas as regiões onde se implantou das condições naturais, das necessidades e possibilidade dos agricultores. Assim, a médio e longo prazo , essas inovações causaram impactos socioeconômicos e ambientais muito graves . Tal modelo proporcionou aumento de produtividade por área cultivada e crescimento considerável da produção de alimentos , principalmente de cereais e tubérculos. Porém , isso ficou restrito às grandes propriedades que possuíam terras em condições ideais para a modernização, como, relevo plano para possibilitar a mecanização e condições climáticas favoráveis , entre outros. Em países que não realizaram reforma agrária e os trabalhadores agrícolas não tinham propriedade familiar , sobretudo na África e no Sudeste Asiático , a mecanização da produção diminuiu a necessidade de mão de obra , contribui para o aumento dos índices de pobreza e provocou êxodo rural. O sistema mais utilizado pelos países que seguiam as premissas da Revolução Verde foi a monocultura , o que resultou em sérios impactos ambientais . Além dos desequilíbrios ambientais causados pela monocultura , a modernização substituiu as inúmeras variedades vegetais por algumas poucas , levando à chamada erosão genética (extinção das variedades de uma dada espécie). Assim , grandes indústrias iniciaram o processo de controle sobre o comércio e a pesquisa que modificam a semente dos vegetais cultivados e passaram a controlar toda a cadeia a cadeia de insumos. Entretanto essas sementes modificadas não são férteis , o que obriga os agricultores a comprar novas sementes a cada safra se quiserem obter boa produtividade. Isso se tornou um grande obstáculo para os pequenos agricultores , pois trouxe a necessidade de compra e reposição constante de sementes e fertilizantes que se adaptem melhor a elas, aumentando muito o custo de produção.


Max Weber


  Cinquenta anos depois da publicação do Manifesto Comunista , por Marx e Engels , num momento em que o capitalismo estava mais desenvolvido e burocratizado, weber escrever sobre as questões do poder e da política. Questionava : como será possível o indivíduo manter sua independência diante dessa total burocratização a vida? Esse foi o tem central da Sociologia política weberiana. Se Durkheim tinha como foco a sociedade francesa, Weber manifestava uma preocupação específica com a estrutura política alemã, mas levava em conta também o sistema político dos Estados Unidos e da Inglaterra. Além disso , estava atento ao que acontecia na Rússia , principalmente após a revolução de 1905. Para ele , na Alemanha unificada por Otto von Bismarck , o Estado era fundamentado nos seguintes setores da sociedade: o Exército , os Junkers (grandes proprietários de terras), os grandes industriais e a elite do serviço público (alta burocracia). Em 1917, escrevendo sobre Bismarck , dizia que este havia deixado uma nação sem educação e sem vontade política, acostumada a aceitar que o grande líder decidisse por ela. Ao analisar o Estado alemão, Weber afirma que o verdadeiro poder estatal está nas mãos da burocracia militar e civil. Portanto, para ele, o "Estado é uma relação de homens dominando homens" mediante a violência, considerada legítima , e " uma associação compulsória que organiza a dominação".  Para que essa relação exista , é necessário que os dominados obedeçam à autoridade dos que detêm o poder mas o que legitima esse domínio? Para Weber há três formas de dominação legítima: a tradicional , a carismática e a legal. A dominação tradicional é legitimada pelos costumes, normas e valores tradicionais e pela "orientação habitual para o conformismo" . É exercida pelo patriarca ou pelos príncipes patrimoniais. A dominação carismática está fundada na autoridade do carisma pessoal (o "dom da graça") , da confiança na revelação , do heroísmo ou de qualquer qualidade de liderança individual. É exercida pelos profetas das religiões , líderes militares , heróis revolucionários e líderes de um partido. A dominação legal é legitimada pela legalidade que decorre de um estatuto , da competência funcional e de regras racionalmente criadas. Está presente no comportamento dos "servidores do Estado". Para Max Weber , portanto, o Estado é uma organização sem conteúdo inerente; apenas mais uma das muitas organizações burocráticas da sociedade.


A Sociologia No Ensino Superior


Enquanto havia esse movimento no ensino médio , eram criados cursos de Ciências Sociais de nível superior. Assim, foi fundada , em 1933 , a Escola Livre de Sociologia e Política (ELSP), em São Paulo. O objetivo dela era formar técnicos , assessores e consultores capazes de produzir conhecimento científico sobre a realidade brasileira e, principalmente , de adiar esse conhecimento à tomada de decisões no interior do aparato estatal/governamental no níveis federal, estadual e municipal. Posteriormente, com a presença de Donald Pierson (1900-1995), sociólogo estadunidense , deu-se ênfase à pesquisa empírica. A seguir foram fundadas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Distrito Federal (UDF), respectivamente em 1934 e 1935. Nas faculdades de Filosofia dessas universidades, a preocupação maior era garantir professores para o ensino médio, principalmente para as escolas normais, formadoras de professores para o ensino fundamental. Definia-se , assim, o espaço profissional dos sociólogos: trabalhar nas estruturas governamentais ou lecionar. Pode-se afirmar que foi entre 1930 e 1940 que a Sociologia colocou seus primeiros alicerces no Brasil , pois procurou definir mais claramente as fronteiras com outras áreas do conhecimento afins, como a Literatura, História e a Geografia. Além disso, a disciplina se institucionalizou com a criação de espaços em escolas e universidades para a formação de sociólogos. O trabalho desenvolvido por Gilberto Freyre e Fernando Azevedo , já citados , e por Oliveira Vianna (1883-1951) , Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982) e Caio Prado Júnior (1907-1990) , entre outros , foi complementado pela presença de muitos professores estrangeiros que, aqui estiveram , entre eles , Donald Pierson , Radcliff Brown (1881-1955), Claude Lévi-Staruss (1908-2009). Georges Gurvitch (1894-1965) e Roger Bastide (1898-1974). A revista Sociologia foi um exemplo da produção sociológica de então. Criada em 1939 e publicada até 1981, em São Paulo , ela constituiu um verdadeiro marco de estudo , pesquisa e divulgação das ciências sociais no Brasil.


Interpretação Atual da Primeira Lei de Mendel


 Com base nos conhecimentos atuais sobre meiose , cromossomos e genes , podemos interpretar as conclusões de Mendel e explicar , em nível celular e até molecular, como suas ideias são válidas , embora não se apliquem a todos os tipos de herança. As células do corpo da maioria dos organismos são diploides (2n) , ou seja, nelas os cromossomos ocorrem aos pares (há dois cromossomos de cada tipo). Os cromossomos de um mesmo par possuem o mesmo tamanho e a mesma forma: são chamados de cromossomos homólogos.   O lugar em um cromossomo onde um gene está situado é chamado de loco gênico ou lócus gênico . Cromossomos homólogos possuem genes que atuam nas mesmas características (por exemplo, a cor da semente ou a forma da vagem). Mas em cromossomos homólogos pode haver formas ou versões diferentes de um mesmo gene , chamadas alelos . Assim, em um cromossomo pode haver um alelo do gene para cor da semente que determina semente amarela e no loco corresponde do outro cromossomo homólogo pode haver um alelo que determina semente verde. Como vimos, embora controlem o mesmo tipo de característica , os alelos podem ter efeitos diferentes. Veja mais um exemplo.  Na ervilha existem sete pares de cromossomos homólogos. Em um desses pares , está o gene que determina a cor da flor. Um dos cromossomos pode ter o alelo que determina cor branca.  Por convenção, usamos a letra inicial do caráter recessivo (branco, nesse caso) para denominar os alelos: o alelo responsável pela característica dominante é indicado pela letra maiúscula e o responsável pela característica recessiva , pela minúscula. Assim , o alelo para a flor púrpura é chamado de B e o alelo para flor branca , de b. Em outro par de cromossomos homólogos estão, por exemplo, os alelos responsáveis pela forma da semente. Como caráter liso é dominante , o alelo para rugoso é r e o alelo para liso é R. De modo semelhante , o gene para cor da semente possui dois alelos : V para cor amarela e v para cor verde. Um indivíduo puro ou homozigoto para determinado caráter apresenta o mesmo alelo nos dois cromossomos do par de homólogos , e o indivíduo híbrido ou heterozigoto possui alelos diferentes.  Devemos lembrar que estamos considerando apenas um gene do cromossomos , mas cada cromossomo pode conter milhares de genes, que atuam em muitas características.